A saga dos ovos de pato ...

Pode até ser um título um tanto quanto estranho, mas pra uma crônica feita por mim
é até normal né? [ rs] Bom... Antes de, mas nada gostaria de agradecer pelos comentários e Elogios no post anterior e dar os parabéns a todos que comentaram,pois todos os blog's estão 10, quanto a organização e conteúdo.
Um abraço a todos, e boa leitura...

- Foi exatamente em uma tarde de segunda-feira que mamãe e eu tiramos para ir até o famoso "Mercadão de Madureira". Sim; Este mesmo que fica perto da escola de samba Portela. “Muitos não sabem, mas mamãe andou certo tempo enferma e uma das tias "loucas" que tenho, daquelas que fumam dois a três maços de Cigarro Hollywood blue por dia disse a ela que "ovos de pato é ótimo fortificante natural..."
Ok , confesso que desta vez ela não disse besteira nenhuma e que ela tinha sim, razão aos poder dos tais ovos ...Mamãe e eu saímos de casa lá pra umas 13h 30min ou 14h 00min, pegamos uma condução até um bairro próximo a minha casa, pra pegarmos o bendito 918 [ lê-se, nove dezoito], para Madureira.
Já em Madureira descemos antes do viaduto e fomos olhando vitrines até o "mercadão" e pelo caminho mamãe rezava baixo, pra não encontrar os ovos em nenhuma “tendinha” do mercadão Sim caros blogueiros, nós e ela própria sabemos que é horrível ovos de pato ao leite e farinha láctea, mas também sabemos que vai fazer bem pra ela ficar boa logo; Mas vai dizer isso pra ela. Logo chegamos até o mercadão e procuramos pelos tais ovos de pato,encontramos lá na tendinha que vende pombo, galinha, pato, e muitos outros bichinhos. Perguntei ao rapaz se tinha e ele disse que não, mas que ia pegar ao lado pra me vender; A coisa mais interessante dos vendedores do mercadão é que parece que a palavra concorrência não quer dizer nada para eles, mas vai entender...

Logo ele me trouxe os ovos e eu disse que queria 6 mas antes queria saber quanto seria o preço dos 6 ovos , e ele disse...

- Ah jovem é baratinhos! Já vou até embrulhar pra você...

E eu disse...

- Ta, mas quanto é os seis?
- Ah, deu doze reais...

Enquanto isso mamãe estava sentada em um banquinho do lado de fora do tal “micro- aviário”, não sei se era pra não sofrer ao ver o ato da compra dos ovos que ela irá tomar durante a semana ou se era por eles serem tão caros, coisa que também causa uma dor, mas esta no bolso,finalmente efetuei a compra dos ovos e seguimos até uma lanchonete de uma amiga da mamãe, nos sentamos e mamãe disse que não estava se sentindo bem, mas me levantei até o balcão, coisa de uns 3 a 5 passos da mesa onde estávamos e fiz o pedido de duas lasanhas.

A amiga da minha mãe, dona da lanchonete quem nos serviu, me lembro bem do nome dela, se chamava Rosa. Claro dito em português, mas ela dizia assim...

- Meu nome é “Roja”.

Sim,” Roja” [“ró” com erre fraco igual ao “ri” de carioca].
Era uma senhora bonita com uns 47 anos no máximo, olhos azuis, e o cabelo estava penteado com um “coque” no alto da cabeça, mas já eram perceptíveis os grisalhos entrelaçados aos poucos fiapos loiros que restavam.Mamãe e eu não comemos toda a lasanha, não por ela estar ruim, mas estávamos com um pouco de pressa fiquei com medo de a minha mãe piorar.
Saímos do “Mercadão”, após uns 25 minutos, pegamos o ônibus o tal do 918, e quando entramos percebi que só havia um banco e mamãe se sentou.

Perguntou-me se aquele banco não era próprio para idosos ou deficientes, pois ela estava se sentido muito mal e não levantaria até chegar em casa; E eu fui logo respondendo...

- Não se preocupe mãe, pelos poderes de meu óculos laser ninguém vai te tirar daí...

Sentei-me em uma barra de ferro de frente pra ela e pedi que segurasse a minha mochila, pois estava um pouco pesada, foi quando mamãe fez aquela cara de criança que quebrou um jarro de flores...

- Filha! Os ovos de pato!!!
- Uai mãe, estão ai...
- Não, não estão aqui! Ficaram lá em cima da mesa da lanchonete...
- Ai mãe! Nem acredito!!! Os ovos pareciam de ouro, foram R$12,00 nunca vi ovos tão caro e nós deixamos lá...
- Ah, filha! Não liga, amanha na saída do colégio você vem e compra.
- Não mãe! Vou lá agora!

Mesmo sentindo que tudo que ela queria era não tomar a tal vitamina fortificante e sim deixar os ovos pra lá, eu puxei a cigarra do ônibus e desci, a partir daí foi dada a largada da corrida contra ao tempo, pois já eram 17h30min e o Mercadão fecha ás 18h 00min. Fui pedindo informações pro jeito mais rápido de chegar até lá e finalmente cheguei.

Perguntei a Rosa se ela não tinha visto um embrulho num saco plástic...
E sem deixar que eu terminasse a frase ela me deu o embrulho, eu parecia estar com o cartão premiado da loteria, já um pouco mais calma fui andando até o ponto de ônibus, ele não demorou desta vez agora tudo que eu tinha de fazer era protegê-lo até em casa, coisa difícil de ser cumprida, pois os ônibus aqui no RJ parecem estar em uma corrida de Formula um.Logo que entrei me sentei, olhei pro relógio e eram exatamente 18h 00min o ônibus começou a lotar, com diversos tipos de pessoas, estudantes, idosos, universitários, trabalhadores e eu protegendo seis ovos...

Quando estávamos no meio do caminho entrou uma senhora de uns 75 anos, muito vaidosa,confesso que muito mais do que eu, ela usava um batom rosado, não extravagante e sim perfeito para o tom da pele branca dela e eu me levantei para que ela se sentasse, e o ônibus correndo como louco...

Mas logo veio o meu aviso!

- A senhora segura, por favor, é que são ovos e tenho medo que eles se quebrem.

Ela me olhou com um sorriso singelo e pegou o embrulho da minha mão, ainda faltavam uns 20 minutos para o meu ponto e a senhora começou a adormecer eu a tal protetora dos ovos fui ficando desesperada tentando me segurar pra não ser indelicada ao ponto de ter que acordá-la, e em meio a suores que alternavam de frios para gélidos, mas a senhora acordou e finalmente chegou meu ponto.

Agradeci a senhora e a “Murphy” pelos ovos estarem intactos.

Posicionei-me para pegar o outro ônibus até a minha casa e pra minha felicidade esse também não demorou; Entrei e recebi aquela olhada clássica de rodoviário carioca, passei na roleta e me sentei, havia um homem, uma criança e uma mulher e era evidente que a criança e a mulher eram filho e esposa do tal homem, e eu ainda insegura com os ovos e a velocidade do ônibus segurei o pacote mais firme.

Ufa! Chegou meu ponto!
Havia uma moça logo na minha frente posicionada também na porta de saída, puxamos a cigarra e o motorista freou o ônibus para descermos.No mesmo segundo da freada a moça escorregou e caiu em cima de mim e vocês já sabem lá se foram meus ovos de pato.

Tudo que eu sentia era um misto de raiva e incompetência pois infelizmente toda a viagem não valeu de nada.Caminhei até o prédio onde moro, subi a escada cabisbaixa e logo que entrei em casa mamãe perguntou com um sorriso de curinga...

- E os ovos filha? Eles estavam lá? Estão inteiros?

E eu ainda de cabeça baixa disse...

- Não mamãe, eles quebraram no fim da missão. Game Over!

Mamãe não disse nada, mas no fundo eu ainda tinha esperança de ao menos um estar inteiro pra contar a história e pra minha surpresa quando abri o pacote...

- Mãeee!

Só quebrou um!!!

E nós falamos juntas...

“Isso quer dizer... Missão cumprida!”